hayden panetierre - wake up call

adoro o facto de que alguém achou que um knockoff da 'stars are blind' e vulgaridade softcore filmada numa handycam eram opções viáveis para iniciar um projecto que se deseja bem sucedido (suponho). e é uma boa canção.

holly rae ft sean kingston - off the meter

o j.r. rotem não tem vergonha e a sua determinação e investimento em ser cada vez mais obnóxio deve ser apenas celebrada. se preferirem estar a ouvir girl talk então não há nada que possa fazer.

2008 até agora

kelly rowland - work (freemasons club mix)
solange - i decided (freemasons mix)
wiley - wearing my rolex
madonna - give it to me
duffy - distant dreamer
cassie - official girl

gabriella cilmi - don't wanna go to bed / this game
kleerup - longing for lullabies (with titiyo)
infernal - downtown boys
solange - sandcastle disco
ryan leslie - addiction (feat. cassie)
wiley - if you're going out
freemasons - when you touch me (single version)

t.i. - no matter what
sophie ellis-bextor - heartbreak make me a dancer
wynter gordon - surveillance
ashlee simpson - boys
addictive/t2 - gonna be mine
mariah carey - cruise control (feat. damian marley)
bwo - lay your love on me
red blooded women - colour me dirty

ruff sqwad - ruff sqwad man dem
armél - i took it down (feat. juelz santana)
usher - love in this club (feat. young jeezy)
sway - f ur ex (feat. stush)
alcazar - we keep on rockin'
jordin sparks - no air (feat. chris brown)

kleerup - until we bleed (with lykke li)
three 6 mafia - i'd rather (feat. dj unk)
sam sparro - black & gold
lily allen - i don't know
chris brown - forever
maderito & joe - passageiros da nave
annie - i know ur girlfriend hates me

tiffany evans - lay back & chill

sem querer entrar pelo caminho da mitificação dos falhanços trágicos, é de qualquer forma triste constatar que a tiffany evans foi pela mesma da direcção da keke palmer, ou seja, ter lançado um álbum teenrnb superior basicamente ignorado por toda gente (o que já é mais do que a gia farrell ou a nikki flores ou a karina pasian* conseguiram).

das canções ainda não conhecidas**, 'lay back & chill' é a que mais se destaca, com uma combinação da bateria martelada e harpa de 'betcha' da megan rochell com a textura rarefeita de 'rainbow' da keke p, ainda com qualquer coisa ou outra de 'sell me candy' da rihanna.

*estava errado em relação à 'official girl' btw, peço desculpa a todos. a karina pasian nunca conseguiria vender algo como I'VE SENT BACK2BACK DUDES AWAY FROM MY DOOR THINKIN I WZ SPOKEN FOR ~*NOT ANYMORE*~ da forma que cassie o faz. contudo gosto cada vez mais da '16 @ war' e a 'baby baby' é engraçada como uma visão do futuro transportada directamente de 1999.

**não há desculpa para o que fizeram a 'girl gone wild' ou qualquer situação em que a versão regravada seja melhor que a original.

08

young dro - all that money
cassie - official girl
armél ft juelz santana - i took it down
shawty lo - dey know
kelly rowland - work (freemasons rmx)
lil boosie - tee lady
o'neal mcknight ft greg nice - check your coat
paula deanda - marching
kyla - do you mind (crazy cousinz rmx)
bugle - doh be no pussy

burgaboy ft teresa - you lied (trc rmx)
alex mills - beyond words (wittyboy rmx)
bunji garlin - zum zum
ryan leslie ft cassie - addiction
wisin y yandel ft nelly furtado - sexy movimiento rmx
static major ft lil wayne - i got my
serani ft bugle - doh
wiley - wearing my rolex
addictive ft t2 - gonna be mine
solange - sandcastle disco

karina pasian - 16 @ war
mariah carey ft rick ross & the-dream - touch my body rmx
noel gourdin - the river
busy signal - gal u got it
teairra mari - no no no
donae'o - devil in a blue dress
jazmine sullivan - need u bad
buju banton - cowboys
lil wayne - a milli
tony matterhorn - tour guide

sara bareilles - love song
mr vegas - mus come a road
tiffany evans - lay back & chill
jordin sparks ft chris brown - no air
mariah carey - i'll be lovin u long time
lala ft the game - sprung on a thug
dg yola ft hardy boyz - i know u like dat
chris brown - with you
kasia - over you (dexplicit rmx)
grind mode - i'm so high

h"two"o ft platnum - what's it gonna be
ruff sqwad - ruff sqwad man dem
soulja boy ft i-15 - soulja girl (collipark rmx)
esco - dreaming
three 6 mafia ft dj unk - i'd rather
teyana taylor - google me
donell jones - cool on you
asia cruise - selfish
murkz ft abbey - is it real
skepta - rolex sweep

t.i. - no matter what
mr v ft miss marriott - you got me feeling
erup - click mi finger
cherish ft yung joc - killa
jimi jump - too pieces
cassie - thirsty
ballgreezy - shone
nina sky - secrets
ryan leslie - valentine
mariah carey ft damian marley - cruise control

kasia - over you (dexplicit rmx)

o dexplicit não estava a brincar quando descreveu as produções bassline. se os seus instrumentais se tornam quase exasperantes pela ausência de qualquer subtileza rítmica (sendo o ep the real hench a notável excepção, despachando três malhas em menos de 9 minutos), quando acompanhados de uma vocalização feminina com tom de angústia freestyle, toda gente sai a ganhar. tipo como a rmx de 'you got me' de carmen reece é secretamente o melhor dos descendentes do forward riddim. 'lose control' com a nana também é ridícula de todas as maneiras acertadas.

mr v ft miss marriott - you got me feeling

um banger relativamente recente do mr v, com todas as vozes recortadas e detonação de baixos que seria de esperar. 'something real' com a tileasha é do ano passado e da primeira vez que a ouvi achei uma chatice. mas há umas semanas o cameo passou-a e percebi que o que tinha ouvido devia ser só um loop. gosto dos interlúdios flutuantes que fazem com que o onslaught que se segue seja ainda mais satisfatório.

crazy cousinz ft calista - bongo jam (skepta rmx)

apesar de várias indicações nesse sentido, e caso não me esteja a esquecer de alguma coisa óbvia, esta rmx representa a primeira movimentação vísivel explicitamente funky de alguém ainda grime de forma inequívoca*. talvez agora o rapid perca a vergonha.

*o que exclui pessoas como geeneus e, sei lá, o donae'o.

dear jayne ft the-dream - fall back

é bom finalmente ver alguém a apontar as tendências de playa desesperado do dream, que é provavelmente o aspecto menos apelativo da sua persona em disco. por outro lado, as três raparigas estão a falar do mesmo ponto de vista e gostava mais se o conceito fosse desenvolvido e cada uma encarnasse o seu papel, tipo 'girl' das dc

griminal – can’t be

nunca tinha prestado atenção ao griminal, é difícil respeitar alguém que acha que o pior pun de sempre é uma boa maneira de se apresentar ao mundo. mas estou gostar deste stormer orquestral na linha de ‘simple minded mcs’ do ghetto, que noutra altura provavelmente criticaria por se levar demasiado a sério. não sei se foi o terror danjah que produziu isto, o gremlin dele anda por aqui.

jazmine sullivan - need u bad

se a alicia keys seguisse este caminho, o resultado deveria ser mais ou menos parecido com isto. o que significa que ‘need u bad’ é uma canção superlativa, partilhando com ‘no one’ os gritos extáticos de call & response e identificando-se na voz de jazmine a mesma aspereza (embora de forma mais contida) dessa keys.

lala ft the game – sprung on a thug

de alguma forma isto consegue transcender a sua aparente vulgaridade e tornar-se numa spring jam perfeitamente apta, com todos os seus afáveis golpes de guitarra, pedaços de vozes pitch-shifted e sintetizadores cintilantes. também é um bom antídoto para todas as coisas têm surgido pós-blackout, que toda gente parece ter decidido que é o caminho a tomar (não é e eu nem tenho nenhum problema com o blackout), e para a toda a cena 4/4.

emanny ft joe budden – all i can do rmx

‘all i can do’ faz quase o mesmo que ‘sprung on a thug’ e assim até é fácil esquecer que é sobre obsessão por uma relação falhada. talvez ele soe mais digno que o gajo rnb médio com um coração despedaçado.

baby jaymes – posted

o baby jaymes é da bay area e tem a atitude certa: why be late to your own happiness. para além disso, tem o melhor uso de cowbell numa canção rnb desde 702 – ‘i still love you’, provavelmente.

ne-yo – jealous

parecia difícil, sobretudo depois da terrível 'closer', mas a 'jealous', juntamente com a excelente 'let's just be', é um retorno à frescura do in my own words. o ne-yo e os stargate têm sido cada vez menos fiáveis (e já nem precisam dele para reciclar composições) mas assim ainda há alguma esperança para year of the gentleman.

t.i. - no matter what

é bom ver que o t.i. recuperou a sua confiança arrebatadora, mesmo que numa música de tom confessional, e abandou a arrogância que tornou o t.i. vs t.i.p. tão enfastiante (para além da produção merdosa – espero que tenha aprendido que os tarefeiros da grand hustle são mais que suficientes e capazes) ('you know what it is' ainda clássica). e ao contrário do que acontece na 'big shit poppin' (refeita da forma correcta em 'bucket' do bohagon), a guitarra aterra no lado certo da fronteira do questionável.

usher ft beyoncé & lil wayne – love in this club pt 2

a polémica à volta da ‘love in this club’ foi um exagero. não sei como é que alguém ficou surpreendido por serem loops do garageband, a produção não era de todo o forte da canção de qualquer forma. a rmx é mais sóbria, como uma ‘can u handle it?’ menos letárgica com algo de ‘you are everything’ dos stylistics (nivea ‘i can’t mess with you’, letoya ‘torn’). não sei se a narrativa aqui tem alguma coisa a ver com os rumores da gravação do vídeo, gostava de pensar que sim. mas a b é uma mulher digna e ao i’ma give it to you nonstop/and i don’t care who’s watching do original ela responde baby you know i’d be down/but we can’t have all these people staring standin around. o lil wayne e o seu vocoder/talkbox/w/e* são mesmos desnecessários especialmente porque numa canção tão satisfeita com a sua natureza meta, a presença dele nunca é reconhecida.

*e eu gosto da ‘lollipop’ mas a malha static/wayne é provavelmente melhor. a produção do static para o comeback do tq também é de valor. e lol omg

teairra mari – no no no

nunca percebi o backlash contra a teairra mari. o álbum era decente e ‘phone booth’ fazia com a canção-gémea ‘there’s a thug in my life’ da rihanna o melhor par possível de narrações de amor transgressor. parece que em 05 só havia espaço para uma protegida do jay-z e a rih-rih tinha o nome mais fácil de pronunciar. o improvável aconteceu e ela está de volta. 'no no no' é boa mas gostava que a teairra atingisse o nível de ennui do gajo da intro, que acaba por fazer a canção, ou que pelo menos o back&forth continuasse durante toda a música.

karina pasian - official girl

isto leakou há dois dias, o que foi confuso porque ‘official girl’ devia ser o single da cassie. a karina pasian é uma nova defjammer e a dream/tricky stewart ’16 at war’ é boa. espero que a tratem bem, rip black buddafly e megan rochell (que poderia ter tido o melhor álbum rnb do ano passado, se tivesse sido lançado). eu ia dizer que por muito que goste dela, até preferia não ter sido a cassie a ficar com ‘official girl’ porque mais um exercício conceptual dos clutch (cf keke palmer – ‘game song’, ciara – ‘like a boy’, avant ‘4 minutes’, etc ad aeternum) a reincidir no tema de ‘promise ring’ (outra) não seria o melhor terreno para ela. acho que a cassie está melhor a cantar platitudes que de alguma forma retêm um grau de intangibilidade e explicitar tudo desta forma não parece correcto. e talvez estivesse certo? a versão da cassie entretanto apareceu e não sei se já pela familiaridade com a pasian, deveria ter sido esta a versão definitiva, mas ainda não me apetece tomar essa decisão. pelo menos serviu para esclarecer que o que estava a ouvir como i ain't makin no tomatoes wtf é na realidade i ain't makin ultimatums. o instrumental extra no final também é fixe.

kastaway ft j-shin - because of you


(pobre j-shin, estava no bandwagon do t-pain demasiado cedo. podia ser uma estrela neste momento. gostei do álbum dele também)

trina ft rick ross – hot commodity

gostava mais do rick ross quando ele era apenas um nome aleatório em discos da trina. tinha uma voz muito mais tolerável também, é difícil acreditar que é ele na ‘told y’all’ (a barba favorece-o tho) (mas o freeway continua a ganhar). ‘hot commodity’ recaptura a luxúria technicolour da slip-n-slide no seu melhor, maioritariamente ausente de glamorest life, epitomizada pela para lá de clássica rmx da ‘b r right’ (nenhuma vida está completa sem a ter ouvido).

grind mode – i’m so high

os grind mode também são de miami e o ricky rawsss está na rmx da ‘i’m so high’, que é previsivelmente inútil e ninguém precisa de ouvir mais que a versão original. coisas que irei sempre aprovar pt 2: citações de cherrelle – ‘saturday love’. também gosto das modulações vocais exageradas lá para o fim. ‘i’m so high’ insere-se nas coisas que têm acontecido depois da ‘drifter’/’sensual seduction’ de que falei no outro dia. esta também (mas talvez não):

goon camp – let’s go party

será que a grande contribuição do plies para a humanidade vai ser a disseminação da palavra goon? achei giro quando na rmx da ‘can’t help but wait’ do trey songz ele disse answer all yr questions about a goon life, prestável! para crédito dos goon camp, duvido que o nome tenha alguma coisa a ver com o plies. e julgando por outras coisas no myspace, o envolvimento deles nisto tudo parece ser coincidência, uma identidade já desenvolvida que por acaso está alinhada com o zeitgeist.

ballgreezy – shone

esta é outra. ainda bem que toda gente percebeu que o único problema da ‘drifter’ (o verdadeiro ponto zero) era a voz e esta é a única coisa que é preciso mudar quando se está a copiá-la.

cassie - thirsty

coisas que irei sempre aprovar: saques da ‘my boo’, sobretudo com um toque de sleaziness à ‘six eight’. isto é tipo a atitude desafiante de ‘me & u’ filtrada pela candura teenage love affair de 'ditto' e 'is it you'. support cassie.

usher ft young jeezy - love in this club

o que o polow disse relativamente a uma das outras músicas que produziu para o usher podia aplicar-se com facilidade à 'love in this club'. esta sempre me deu uma impressão voyeristica, especialmente com aqueles heys de apoio no refrão. e se a abordagem do polow ao trance-rnb é, no mínimo, um minar das expectativas, serve pelo menos para mostrar o quão benéfica é a ausência do nonsense do timbaland. (uma dúzia de audições depois, ainda não sei se gosto da 'dat girl right there')

por falar nisso, não me importei com uma das contribuições do danja para a banda sonora do step up 2, 'impossible' de alguém que se chama bayje. uma voz feminina e mais bpms (ou a impressão de) são uma coisa boa para este tipo de som (por muito que o álbum novo das danity kane tente provar o contrário).

nivea – i might

toda gente está falar da nivea mas parece que ninguém reparou que ela tem uma canção nova, primeiro sinal de actividade desde ‘nobody’, releitura de ‘don’t matter’ do akon, há cerca de um ano. ‘i might’ é a primeira manifestação feminina significativa do mundo pós-‘sensual seduction’* e a revelação de uma faceta desconhecida de nivea. em todos estes anos de cronista relacional, os relatos de infidelidade passavam pelo pedido de perdão (‘have mercy’) ou existência de algo tão elementar que não havia outra hipótese (‘parking lot’). aqui, ela é quase, hum, predatória? better play your cards right because i might take your man. contudo, admite que i'm not usually down for homewrecking. é esta a verdadeira nivea de que ela estava a falar**?

*que tem sido bastante prolífico, mas depois da ‘all that money’ do young dro mais ninguém se devia dar ao trabalho (embora seja injusto reduzi-la a um produto da ‘sensual seduction’). é o tipo de coisa que me faz recorrer a hipérbole desnecessária por isso vou só dizer que duvido que vá ouvir uma canção melhor este ano.

**o divórcio foi provavelmente pelo melhor. culpo o the-dream pelo desastre que foi o animalistic (mesmo que ‘georgia’ seja por vezes a melhor música dela). também matou a minha curiosidade pelo love/hate porque estava à espera que a nivea andasse pelo disco (acabei por ouvi-lo e gostar, de qualquer forma).

matéo - produce me

kudos pela meta-esperteza tipo 'make me a song' da kiley dean mas pela perspectiva oposta, com pilhagem da 'i'm n luv (wit a stripper)' do t-pain pelo meio.

timbaland ft keri hilson & nicole scherzinger – scream

também não sei como é que de repente isto passou a ser bom. o facto de aparecer a mais de meio do shock value não ajudava. da única vez que me forcei a ouvi-lo de uma ponta à outra, quando lá cheguei já tinha os ouvidos dormentes de tanta mediocridade. não sendo um feito especialmente notável, ‘scream’ consegue ser o melhor single de shock value (e a não ser que ‘miscommunication’, o único momento verdadeiramente memorável do álbum, o venha a ser, não vai haver melhor) e mesmo sendo ridículo, o melhor vídeo (uma das razões pela qual ‘give it to me’ foi tão ofensiva foi o esforço nulo investido no vídeo). como última tentativa de gerar interesse na carreira a solo de nicole scherzinger (lol potencial de estrela*) podia ser pior. na realidade, possui uma certa urgência e ouvindo no youtube, a bateria merdosa do danja é menos intrusiva. não sei, só queria uma desculpa para postar uma imagem da nicole com uma balaclava.

*é uma pena a coisa não ter resultado. ‘whatever u like’ eventualmente revelou-se como algo maior do que inicialmente aparentava e ‘super villain’ deveria ter tido a hipótese de ser single.

wiley – wearing my rolex

se por uma lado é admirável que wiley tenha ido completamente 4x4, ‘wearing my rolex’ perde para ‘i’m goin out’ no sentido em que a maior subtileza desta última torna a chegada da batida no refrão ainda mais impressionante. serve pelo menos para colmatar a ausência da malha funky house que o dizzee tinha prometido para maths + english (houve a óptima rmx do dj q da ‘flex’), mesmo que agora o wiley fique na mira do durrty goodz. é interessante também porque narrativamente pode ser vista como a prequela de ‘i’m goin out’. e se nada disto é garantia da qualidade do álbum que aí vem, já é suficiente para me questionar se preciso de voltar a ouvir o playtime is over ou o da 2nd phaze outra vez na minha vida.

armél ft juelz - i took it down

e às vezes tudo o que é preciso são dois bons loops orquestrais e uma vocalização competente e de alguma forma o resultado é muito melhor do que tinha direito a ser. com a primeira grande canção rnb o ano parece que finalmente arrancou.

ainda aqui estamos, a sério. por isso aqui ficam algumas coisas que deviam ter sido postadas há 3 meses.

wiley ft messy – i’m goin out

melhor coisa a sair do grime desde, o quê, a ‘singalong’? ‘i’m goin out’ é, até agora, o desenvolvimento mais gratificante de algo que tentei vagamente apontar aqui, sobretudo porque soa viva e festiva (mesmo que seja tudo sobre uma luta de poder numa relação), algo que notoriamente não acontecia nos exemplos anteriores. a mais recente ‘wearing my rolex’ continua por aí, embora com menos sucesso (é malha na mesma, mas mais sobre isso noutra altura, talvez).

slim thug ft tgt – let me grind

em ‘let me grind’, parece que o polow ouviu a ‘make me better’ e reconhecendo-a como a ideia subdesenvolvida que na realidade é*, decidiu mostrar ao timbaland como é que se faz. a atmosfera opressiva desta última é recriada e multiplicada com a presença de tyrese, ginuwine e tank, que funcionam quase como um coro cerimonial. é também um complemento mais subtil às deambulações góticas dos runners, que começaram com a ‘bet that’ do trick daddy, passam pela ‘all the above’ do beanie sigel e ainda pela ‘didn’t i tell you’ da keyshia cole com o too short.

*ainda assim, gostei da rmx com a lil mo e o sample da ‘between the sheets’ (e lil mo/fabolous – 4ever <- clássico)

mike jones ft letoya – bonnie & clyde

gosto disto sobretudo porque é tipo a sequela de ‘u got what i need’ da letoya**, temática e musicalmente. o mike jones a cantar could it be i’m fallin in love é tão embaraçoso como enternecedor e a letoya soa mais à vontade aqui do que quando está a fazer questão de nos lembrar que é de houston (mesmo sendo, tipo, uma música do mike jones).

**na sua versão original, possivelmente uma das 5 melhores canções rnb desta década (no álbum, com uma intro inútil e refrão modificado, perde grande parte do interesse). letoya a cambalear entre a euforia e melancolia como ninguém desde ‘more than woman’ e quando é que foi a última vez que o just blaze se saiu com uma produção tão discretamente perfeita?

sammie ft lloyd & t-pain – feelin it rmx

mais jazze pha em modo freestyle, praticamente em piloto automático, como se tivesse posto a ‘get up’ a tocar por cima da rmx da ‘get it shawty’. mas às vezes é tudo o que é preciso. depois daquele breakdown tão leve e arejado já nem me importo com os this is the greatest moment on earth e afins, porque estou convencido de que é mesmo. so smooth indeed.

mr v ft willis rose – what’s your name

apesar de toda conversa à volta do retorno da feminine pressure ou w/e via bassline, os meus momentos favoritos do género têm passado sobretudo pelas músicas com vozes masculinas. acho que tem a ver sobretudo com o facto de que se um gajo quer cantar rnb, não se pode apoiar em coisas como simpatia via fragilidade e tem mesmo que ter uma voz minimamente tolerável (isto não significa que não ache a ‘heartbroken’ incrível). ‘what’s your name’ é o melhor exemplo mas ‘never rush’ de aaron e ‘what’s it gonna be’ não ficam muito atrás. por outro lado, quando se junta mcing, o resultado é fogo como a ‘get mad’.

killer mike - good

o beat saltitante e a retórica good times são mais que aceitáveis até ao momento em que o killer mike começa a reciclar um verso do clássico secreto 'for the no no', recontextualizando-o de modo a que ele não pareça emasculado. e o que é se passa com a outro completamente aleatória? e mais importante, o que é que aconteceu à whyte chocolate? ainda estou à espera desse disco.

ah, a melhor canção de 07 já tem um vídeo (disfarçado de trailer) e uma versão com outro instrumental estendida super-satisfatória.

92 canções para 2007

a minha vez. escolhas ordenadas por grupos. o resto é mais ou menos aleatório.

girls aloud - call the shots / can't speak french / girl overboard / dog without a bone / fling / st. trinian's theme / etc.
britney spears - gimme more / piece of me / get naked (i got a plan) / hot as ice
alicia keys - no one
rihanna - umbrella
kylie minogue - in my arms / the one / speakerphone
miley cyrus - see you again
sugababes - neve gonna dance again / my love is pink
groove armada & mutya buena - song for mutya
pleasure - uptown
avril lavigne - girlfriend

armand van helden - playmate / i want your soul / touch your toes / still in love / go crazy
freemasons - when you touch me
ugk - international player's anthem (feat. outkast)
t2 - heartbroken (feat. jodie aysha)
dizzee rascal - flex
aly & a.j. - the potential breakupsong
cassie - sometimes / is it you?
ryan leslie - rock u
tiffany evans - promise ring (feat. ciara)
hilary duff - dignity / never stop / gypsy woman / happy
booty luv - some kinda rush / boogie 2nite / don't mess with my man
sophie ellis-bextor - if you go / me & my imagination

timbaland - the way i are (feat. keri hilson & d.o.e.)
chungking - itch & scratch
private - i can't wait / let's make love (under the apple tree)
the sounds - tony the beat / painted by numbers
dragonette - true believer / i get around / the boys / marvelous
amy winehouse - you know i'm no good
siobhán donaghy - don't give it up / medevac / goldfish
leona lewis - bleeding love
keke palmer - keep it movin'
jojo - beautiful girls
rihanna - don't stop the music / sell me candy / lemme get that / shut up & drive
r. kelly - same girl (feat. usher) / i'm a flirt rmx
lloyd - you (feat. lil' wayne)
chris brown - kiss kiss (feat. t-pain)
amerie - crush / take control
wiley - stars / slippin' / getalong gang
durrty goodz - keep up / switching songs / take back the scene
kanye west - stronger

justice - d.a.n.c.e.
m.i.a. - jimmy
fall out boy - this ain't a scene, it's an arm's race
mika - grace kelly / love today
lax - forget u
skye sweetnam - human
ashley tisdale - he said she said
the veronicas - hook me up
kelly clarkson - never again
nicole atkins - way it is
lcd soundsystem - all my friends
frankie valli & the four seasons - beggin' (pilooski re-edit)
the black ghosts - face (switch remix)
sean kingston - beautiful girls / take you there
rich boy - throw some ds (feat. polow da don)
snoop dogg - sensual seduction
ruff sqwad - from a place (feat. maxwell)

50+50 para 07

escolhas minhas. primeiras 50 aqui. ordem aleatória

cassie - is it you
keke palmer - keep it movin
t2 ft jodie aysha - heartbroken
t-pain ft yung joc - buy u a drank (shawty snappin)
alicia keys - no one
bobby valentino - anonymous
fantasia ft young jeezy - when i see u (polow da don rmx)
8ball & mjg ft three 6 mafia & 112 - cruisin
chungking - slow it down
aly & aj - potential breakup song

pinchers - ra-tat-tat
mr vegas ft overmars - raging bull
lil wayne - la la la
nina sky ft daytona - clothes off
jah cure - sticky
ivy queen - que lloren
nicole scherzinger - super villain
project pat ft three 6 mafia - dont call me no mo
j holiday - bed
rihanna - sell me candy
jojo - beautiful girls

gia farrell - obvious
kat deluna - am i dreaming
fantasia - hood boy (sticky & count de money rmx)
hilary duff - outside of you
foxx ft lil boosie & webbie - wipe me down
mr v ft willis rose - what's your name
samim - heater
ny - willow
alicia keys - like you'll never see me again
cheri dennis ft yung joc & gorilla zoe - portrait of love

wiley - i'm goin out
teedra moses - you already know
the veronicas - untouched
keyshia cole ft missy & lil kim - let it go
katharine mcphee - love story
young dro - got faith
webbie ft lil boosie & lil phat - independent
destra garcia - i dare you
akon - dont matter (calypso rmx)
freeway ft sleepy brown - some say yes

tinchy stryder - sorry u are
huey ft bow wow & t-pain - pop lock & drop it rmx
skepta - sweet mother
crime mob ft young dro & rasheeda - rock yo hips rmx
busy signal - saviour divine
bohagon - bucket
machel montano - unconditional
pitbull ft lil jon - the antem
twista ft t-pain - creep fast
lady saw - silly dreams

keke palmer - home for the holidays

alicia keys ft damian marley – no one reggae rmx

as canções de alicia keys quase que poderiam só existir como base para as respectivas reformulações reggae. a rmx de ‘you don’t know my name’ é possivelmente a sua versão definitiva e ‘no one’ já conta com pelo menos três rmxs, uma no 12’’, outra com junior reid e esta com damian marley. não suplanta o original, mas é uma alternativa benvinda, trazendo alguma leveza com o piano de ‘you don’t love (no, no, no)’ e o estabelecimento de um diálogo. a materialização do destinatário é sobretudo importante porque com o original sempre senti que algo não ia correr bem, mesmo que os oh oh oh oh finais sejam o momento mais eufórico de qualquer canção em 2007 (também gosto dos oh oh oh ohs de 'keep it movin' da keke palmer, nunca falamos dela mas devíamos porque é provavelmente a melhor música que já ouvi). também há uns versos novos em que a voz de alicia não soa tão afectada (não é uma crítica, mas quando a ouvi na rádio no outro dia soou estranha, com o pitch mais alto, quase desagradável). e sim, gostei daquela performance nos AMAs.

bertine zetlitz - ashamed

Não deixa de ser um gesto bastante terno que o best of de Bertine Zetlitz tenha como single de avanço uma canção sobre a sua filha de 11 meses. Não deixa também de ser um pouco bizarro que tenha um título como "Ashamed". Mas, tratando-se de Bertine Zetlitz, este tipo de estranheza já se tornou normal. O tema regressa à época declaradamente electro-pop de Sweet Injections (quando trabalhava com Richard X ou Howie B), mas mantém a voz como a sua verdadeira arma, chamando múltiplas Bertines para o refrão e com uma melancolia cicatrizada na voz que de forma alguma soa enfadonha ou débil. Na letra alinha uma série de interrogações sobre o seu papel de mãe, nomeadamente sobre o medo de não conseguir proteger a filha ("how're you gonna fall asleep at night / knowing that you never taught her how to fight?") ou o medo de a proteger demasiado ("if I love you twice as much / you probably won't stay in touch"). Não chega a arrepender-se de a ter trazido a este mundo, mas por várias vezes duvida se lhe poderá dar o necessário para que ela sobreviva neste mundo.

usher ft ludacris - dat girl right there

portanto, usher e rich harrison reencontram-se para pôr em prática o que eu queria que a 'put that on everything' fosse e o resultado é tipo uma versão ainda mais fragmentada e corrosiva de 'wonder woman' do trey songz. nem sei se gosto disto ou o que irei pensar quando o factor omgwtf não estiver no caminho da perspectiva crítica, mas por agora não posso senão admirar a sua audácia.

young steff ft freeway & peedi crakk – put that on everything

young steff é um proto-chris brown que há uns anos teve uma música com acordeões e os young gunz. aos primeiros segundos de ‘put that on everything’, a ideia de rich harrison parece ser levar ‘get right’ de j-lo à sua conclusão lógica e colocar um alarme de carro a disparar por cima da música. acaba por não ser assim e depressa se cai numa típica rotina richcraft com esse efeito a reaparecer esporadicamente, mas com rappers e um gajo rnb em vez da amerie (talvez para compensar o facto de usher não ter ficado com ‘get right’). é bom na mesma e adoro o fim do verso do peedi crakk: i put that on my life *mwah*.