16.9.07

skepta ft chanel – fly away

na véspera do lançamento do infinitamente adiado greatest hits de skepta, aqui fica uma das várias músicas que ficaram de fora da versão final. neste caso é previsível que isso tenha acontecido, visto que dificilmente faria sentido no contexto do álbum mas não fazia mal nenhum aparecer como bónus, na tradição da maioria das edições bbk. de qualquer forma, ‘fly away’ é possivelmente o mais conseguido momento rng. é o ponto onde por uma vez as cascatas de efeitos se encontram com aquilo que se pode considerar uma canção, devastadora e devastada mas retendo uma dignidade elegante. também não incorre no erro de ter um mc de 3a divisão a dar a desnecessária perspectiva masculina. como tantos clássicos secretos rng, ‘fly away’ nunca teve uma edição decente, excluindo a inclusão na excelente rwd aaa mixtape de logan sama, ficando relegada ao mundo dos radio rips e programas do cameo.

4.9.07

britney – gimme more

enquanto statement of intent é difícil ser-se mais efectivo e directo do que ‘it’s britney, bitch’, mesmo que nada no resto da canção tenha a mesma verve dessa linha de abertura. mas o momento mais satisfatório acaba por ser a outro, com o rolar dos créditos finais narrados por danja, possivelmente para aproveitar o fetiche do produtor, deixando assim uma marca autoral inequívoca. gosto do facto de que aqui ele parece o derrick carter a falar.

suponho que seja uma coisa boa que se tenha deixado de fingir que o timbaland ainda é responsável por alguma coisa que não o adlibbing mais irritante de que há memória. danja também fica mais vulnerável já que será sobre os seus ombros que recairá o peso dos falhanços, como até certo ponto é o caso de ‘gimme more’. mesmo assim, ‘give it to me’ ainda conseguiu enganar quase toda a gente.

1.9.07

The Veronicas - Hook Me Up

As Veronicas pousaram as guitarras e entrançaram as madeixas sombrias e electrónicas de "Tainted Love", "Blue Monday" e "Sweet Dreams". Faz-se concordância com o ar vagamente apático e contornado a traço preto que se lê na letra, onde se cruzam a insegurança de "Everything I’m Not" e a componente fuck-it-let’s-fuck de "4ever". Simples e directos, os versos são inesperadamente eficazes e um dos principais triunfos do tema, encontrando um discreto apogeu quando uma das gémeas canta "I wanna feel the rain in my hair".