ainda aqui estamos, a sério. por isso aqui ficam algumas coisas que deviam ter sido postadas há 3 meses.
wiley ft messy – i’m goin out
melhor coisa a sair do grime desde, o quê, a ‘singalong’? ‘i’m goin out’ é, até agora, o desenvolvimento mais gratificante de algo que tentei vagamente apontar aqui, sobretudo porque soa viva e festiva (mesmo que seja tudo sobre uma luta de poder numa relação), algo que notoriamente não acontecia nos exemplos anteriores. a mais recente ‘wearing my rolex’ continua por aí, embora com menos sucesso (é malha na mesma, mas mais sobre isso noutra altura, talvez).
slim thug ft tgt – let me grind
em ‘let me grind’, parece que o polow ouviu a ‘make me better’ e reconhecendo-a como a ideia subdesenvolvida que na realidade é*, decidiu mostrar ao timbaland como é que se faz. a atmosfera opressiva desta última é recriada e multiplicada com a presença de tyrese, ginuwine e tank, que funcionam quase como um coro cerimonial. é também um complemento mais subtil às deambulações góticas dos runners, que começaram com a ‘bet that’ do trick daddy, passam pela ‘all the above’ do beanie sigel e ainda pela ‘didn’t i tell you’ da keyshia cole com o too short.
*ainda assim, gostei da rmx com a lil mo e o sample da ‘between the sheets’ (e lil mo/fabolous – 4ever <- clássico)
mike jones ft letoya – bonnie & clyde
gosto disto sobretudo porque é tipo a sequela de ‘u got what i need’ da letoya**, temática e musicalmente. o mike jones a cantar could it be i’m fallin in love é tão embaraçoso como enternecedor e a letoya soa mais à vontade aqui do que quando está a fazer questão de nos lembrar que é de houston (mesmo sendo, tipo, uma música do mike jones).
**na sua versão original, possivelmente uma das 5 melhores canções rnb desta década (no álbum, com uma intro inútil e refrão modificado, perde grande parte do interesse). letoya a cambalear entre a euforia e melancolia como ninguém desde ‘more than woman’ e quando é que foi a última vez que o just blaze se saiu com uma produção tão discretamente perfeita?
sammie ft lloyd & t-pain – feelin it rmx
mais jazze pha em modo freestyle, praticamente em piloto automático, como se tivesse posto a ‘get up’ a tocar por cima da rmx da ‘get it shawty’. mas às vezes é tudo o que é preciso. depois daquele breakdown tão leve e arejado já nem me importo com os this is the greatest moment on earth e afins, porque estou convencido de que é mesmo. so smooth indeed.
mr v ft willis rose – what’s your name
apesar de toda conversa à volta do retorno da feminine pressure ou w/e via bassline, os meus momentos favoritos do género têm passado sobretudo pelas músicas com vozes masculinas. acho que tem a ver sobretudo com o facto de que se um gajo quer cantar rnb, não se pode apoiar em coisas como simpatia via fragilidade e tem mesmo que ter uma voz minimamente tolerável (isto não significa que não ache a ‘heartbroken’ incrível). ‘what’s your name’ é o melhor exemplo mas ‘never rush’ de aaron e ‘what’s it gonna be’ não ficam muito atrás. por outro lado, quando se junta mcing, o resultado é fogo como a ‘get mad’.
killer mike - goodo beat saltitante e a retórica good times são mais que aceitáveis até ao momento em que o killer mike começa a reciclar um verso do clássico secreto
'for the no no', recontextualizando-o de modo a que ele não pareça emasculado. e o que é se passa com a outro completamente aleatória? e mais importante, o que é que aconteceu à whyte chocolate? ainda estou à espera
desse disco.
ah, a melhor canção de 07 já tem um
vídeo (disfarçado de trailer) e
uma versão com outro instrumental estendida super-satisfatória.